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Quando o sexo passa a ser um problema? Vídeo

Palestra com a Dra. Livia Castelo Branco

A sexualidade é um aspecto central na vida do ser humano, que engloba o sexo, a identidade de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução.  Homens e mulheres se envolvem em uma ampla gama de atividades sexuais ao longo da vida, desacompanhados ou com parceiros de diversas idades e orientações sexuais.

Na última edição do Encontros Holiste, a psiquiatra Livia Castelo Branco realizou uma palestra que tratou sobre aspectos diversos da saúde sexual, além de abordar os principais transtornos lidados à sexualidade.

“Talvez seja impossível uma definição de sexualidade “normal”, já que existem grandes variações no comportamento sexual, tanto em termos de cultura quanto de gostos pessoais. No entanto, quando o comportamento sexual causa angústia significativa para uma pessoa ou para seu parceiro, ou prejudica um terceiro, pode ser que um profissional de saúde precise avaliá-lo e tratá-lo”, destaca a psiquiatra.

Assista ao vídeo”Quando o sexo passa a ser um problema?”

A RESPOSTA SEXUAL E A SATISFAÇÃO

As fases que compõem as relações sexuais podem ser descritas em um ciclo de resposta sexual humana, constituída por um conjunto de alterações somáticas e psicológicas que são desencadeadas perante um determinado estímulo. Embora homens e mulheres passem pelas mesmas fases, existem especificidades em cada uma delas.

A resposta sexual, normalmente, se inicia com o desejo (a vontade de iniciar uma relação), seguida pela fase de excitação, orgasmo e a resolução, que é a fase de sensação de bem-estar que ocorre de forma singular.  Esse é o modelo mais comum nos homens; quando falamos em mulheres, o modelo torna-se mais complexo.

“Na mulher a intimidade emocional e o estímulo tendem a ser algo muito importante – seja o toque, algo que foi dito, o ambiente, etc – a partir daí é que a mulher começa a sentir as manifestações físicas da excitação e desejo.   Seguidas pela sensação de satisfação emocional e física, que não necessariamente é o orgasmo.

Algumas mulheres tem o desejo espontâneo, mas não todas.  Não podemos dizer que a mulher não tem desejo se ela não foi adequadamente estimulada”, explica Dra. Livia Castelo Branco.

 

 

Resposta Sexual Masculina x Feminina

Resposta Sexual Masculina x Feminina

 

 

 

TRANSTORNOS DE SEXUALIDADE

As pessoas podem apresentar alterações ou perturbações em sua vida sexual.  As causas podem ser diretas/orgânicas (disfunções sexuais primárias) ou consequência de outros fatores ligados a inúmeros problemas de saúde física ou mental, que refletem de forma negativa na resposta sexual.

“Questões ligadas a gêneros, alterações no funcionamento sexual, fetiches, e perversões, são exemplos de assuntos que levam a diversos questionamentos sobre o bem-estar individual e social. A discussão sobre o comportamento sexual humano é essencial para identificar problemas, diminuir o preconceito e melhorar a qualidade das relações”, esclarece a psiquiatra.

Dra. Livia explicou as principais disfunções e transtornos sexuais, além da melhor maneira de lidar com os mesmos.

  1. DISFUNÇÕES SEXUAIS EM PACIENTES COM TRANSTORNO MENTAL

Pacientes com diagnóstico de transtorno mental têm grande possibilidade de ter sua vida sexual afetada, seja pelo uso da medicação – que traz a redução da libido – ou pela própria doença.

“O Transtorno Mental vai causar uma redução do desejo e da excitação sexual, por conta da própria doença.  Nos casos, por exemplo, em que a depressão traz uma tristeza patológica, uma dependência química onde a pessoa está focada na substância ou o psicótico que acha que está sendo perseguido – sexo será a última coisa em que a pessoa irá pensar”, pontua a especialista.

  1. ORIENTAÇÃO SEXUAL EGODISTÔNICA

Alguns indivíduos são atraídos sexualmente por pessoas do mesmo gênero (homossexualidade).  Essa orientação sexual pode trazer sofrimento para algumas pessoas – pelo fato de não se aceitar ou pela pressão social – a chamada orientação sexual egodistônica.

A psiquiatria e a psicoterapia encarregam-se de tratar esse sofrimento e os possíveis transtornos psicológicos e comportamentais decorrentes – depressão ou ansiedade, por exemplo. Não se trata, aqui, de um tratamento que pretenda corrigir a orientação sexual do indivíduo.

  1. DISFORIA DE GÊNERO

Travesti, transgênero e transexual são nomenclartutras que estão incluídas no espectro da disforia de gênero.  Trata-se de diferenças na identificação com o próprio gênero, caracterizado pelo desconforto persistente com o sexo de nascimento, e/ou um sentimento de inadequação no papel social deste gênero.

  1. TRANSTORNOS PARAFÍLICOS

É a excitação sexual recorrente e intensa, manifestada por fantasias, impulsos e comportamentos (excitação por situações incomuns, objetos, animais, adultos ou crianças),  que causam sofrimento e prejuízo para o indivíduo, ou que implica dano ou risco a terceiros.

 

O PAPEL DO PSIQUIATRA NO TRATAMENTO

Pessoas que lidam com transtornos de sexualidade, por diversas vezes, apresentam uma ansiedade elevada, baixo rendimento no trabalho ou na escola e problemas de relacionamento. Podem ainda surgir quadros depressivos e até mesmo risco de suicídio.

“O objetivo do tratamento é auxiliar o paciente na adaptação e entendimento da situação, para que tenha uma vida mais satisfatória.  As mudanças de hábito (alimentação, exercício, etc), o uso de medicações para tratar outras patologias – como depressão e ansiedade –  e também psicoterapias para lidar com possíveis consequências psicológicas das mudanças.

A Sexualidade é um aspecto central na vida do ser humano e está relacionado à saúde e bem estar, sendo, inclusive, um indicador de qualidade de vida”, finaliza a psiquiatra.

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